domingo, 23 de dezembro de 2007

Caríssimos amigos,

A partir de hoje está on-line o
http://www.valedemaceira99.blogspot.com/ onde estão publicadas as fotos do nosso jantar de dia 10/11/2007, bem como os textos que despoletaram o movimento “Vale de Maceira 99”.

Bem vindos!

Gostava de vos convidar a participar neste blog. Basta para isso que me enviem textos ou fotos para o meu e-mail e encarregar-me-ei dos publicar e comunicar à comunidade que há novidades na rede.

Aproveito para desejar um Feliz Natal e um Bom Ano de 2008.

Claro que para o ano nos voltaremos a encontrar.

Darei notícias.

Abraços e beijos,

Jaime

99 RAZÕES PARA NOS ORGULHARMOS DE SER VALEMACEIRENSES

O contributo do Tóino


O Banco do "CHICO FEIJÃO" – O Do Jardim estava em frente. Uns anos mais tarde foi o êxito que se viu. Em comum têm as muito participadas, vivas e polémicas assembleias.

O "Adelino Bairrão" – Percursor da Fórmula Finess mais tarde disseminada por todo o Mundo, com sucesso, pelo Jackye Stwart e pela Ford.

"O Conjunto Figueira Padeiro". Mais uma vez nesta Localidade – antecessores dos 6 Latinos e de outros Tugas – exemplos impares da persistência e da resistência ao ostracismo.

O "Campo da Burra" – primeiro palco de exuberantes futebolistas brasileiros na Europa. O que jogava descalço era um prodígio. Muito bom de bola mas ainda melhor de coração.

A "XUXU". O "Cinema Paraíso" era aqui. Mas também foi o Estádio do Inglaterra 66 e de Eusébio, uns anos mais tarde, por muitos eleito, o “Maior Português de Sempre”.

O “Fostininho” – o Bobby Charlton. Nos matraquilhos, o jogo sexual fecundava-o. Os outros, já nessa altura, tinham descoberto o Viagra.

O “Beleza” – O professor. O jogo desconcertante dos aprendizes. Ainda hoje ao serviço do “Mistério da Educação da Sueca”. A reforma, neste mister, cada vez mais tarde.

O “Jaquim Hortaliça” – Hortaliça? Não, os melhores chocos assados do Planeta. Mais tarde houve quem se apropriasse do conceito e o registasse com a marca “Planet Hollywood”. Modernices…

A “Pelola” – Qual padeira de Aljubarrota, iniciou e consolidou, o negócio mais duradouro de sempre em Vale de Maceira. O “Café Central” – a tertúlia da intelectualidade local. De Camões a Sandokan todos o frequentaram. E ainda havia os bailes nas tardes de Domingo. A “namoradinha do amigo meu” era a nossa preferida.

As ”Fogueiras no meio da estrada”. Modelo replicado com grande êxito no Irão, na Palestina, no Eire e noutros locais como expressão de boas vindas aos transeuntes. Faziam-se, geralmente, como sessão de encerramento, de longos e profícuos seminários enológicos.

A “Tasca do Carreira” – A essência do take away. O franguinho era de chupar no dedo!!! Depois o “licks” era a cereja em cima do bolo. O Mick Jagger bebeu aqui… a sua inspiração.

O “Dantes” – a versão capela do Luciano Pavarotti. Inspirador do conhecido festeiro Luís Montez na organização de eventos populares.

A “Forma da vala” – Existe a sério. Se não acreditam…perguntem por ela ao “Malandro”.

Os “Pêssegos, o melão, a melancia e outras frutas da época balnear”. Versão ancestral do self-service. Uns produzem outros apanham e comem. Regra basilar… nunca se estraga nada e agradece-se ao produtor, desejando-lhe boas colheitas para os próximos anos.

A “Festa do Valado”. Desculpa Bertolino pelos excessos. Aquela de vender a camioneta de batatas ao porteiro foi mesmo verdade. Porteiros de todo o mundo uni-vos!

As “Caçadas by night”. Recepção muito animada aos cámones. A interactividade no entretimento começou aqui. Actualmente chamam-lhe “paint ball”… mas não tem tanta graça.

O “Nunca se sabe” – Tu sabias Zé Gordo. “As viagens na nossa terra” são uma invenção tua.

O “Verdadeiro José Rodrigues dos Santos” o pivot da vida boa. O Codex “repita lá isso outra vez, por favor!”.

A “Bandeja do Mendes” – Isto es….esttt…está muit..muit…muuuiiit…muito mau! Mas, muitos clientes, também não é nada bom!

O padre de Alfeizerão – Quem?

O padre de Alfeizerão – O quê? Pegar no baldaquino? Huummm… Dá muito varejo.

A “Festa de Vale de Maceira” – Fatiota nova, incluindo meiinha branca de turco, os foguetes, o Valentim, as rifas em branco...mas “Os bailes da vida” não eram aqui. Todo o artista tem de ir onde o povo está. Milton Nascimento dix it. Este Nascimento é o brasileiro, não é o Faustino Nascimento. Este último é o juiz.

O “Tabuleiro das fogaças” – A exploração do trabalho infantil passou por aqui. Bom, também nos vingávamos, desbastando a decoração e outras iguarias. Ficámos quites…Não se fala mais nisso e pronto!

Os “Solteiros vs casados”. O caso apito dourado começou aqui. Ninguém escolhia o árbitro, apenas debatíamos, civilizadamente o assunto e chegava-se a um consenso, para bem do futebol e do espectáculo. Catarina? Não… não me lembro de nenhuma!

A “Constituição das equipas”. Não tenho, nem nunca tive nada a ver com isso. Ainda hoje, nunca percebi o critério daquelas convocatórias.

O “Fazer das equipas”. Ah! A nossa terra é muito bonita, tem uma escola, um agueiro…ah é verdade e o padre de Alfeizer….

O “Barulho do motor”. Como eram grandes as tormentas e os cabos que se tinham de dobrar para chegar a bom porto. “Hasta la victoria siempre” comandante!!!

A “troca das carroças” – Versão carnavalesca e arcaica do “car-jacking”. O alfaiate dava luta. O do Panamá só apareceria uns anos mais tarde.

O “Caiar dos vidros” – Inspirávamo-nos na Bíblia ou éramos mesmo Cromanhons?

O “Eu calo-me”. Decisão muito sábia. A alternativa era apanhar com o Chouriças, a dissertar, toda a noite.

O “Lubrificar das tramelas”. Mas com merda pá? Esta é mesmo um orgulho da nossa mocidade. Essencial no Curriculum de alguém que se preze. Ninguém chega a Opus ou a Maçon, sem uma destas no CV. Ai Jesus, Nossa Senhora… Valha-nos Deus!!!

O “GRDVM” – Recentemente transformado em SAD (Sem Ambição de Desenvolvimento). Prepara a entrada em Bolsa. Suscita o interesse de investidores Chineses – não especificados por que são muitos. O Comentador Joe Berardo já prepara uma OPA hostil.

O Chico Xabregas. Hoje seria ministeriável num governo de contenção. Reduzia projectos para poupar custos. Também havia o Joaquim, que era mestre-de-obras, anterior à dinastia J. Pimenta. E ainda há o Mário. Mas este não é o Lino.

O “ Meia-Manga ou Toino Lopes” – Sportinguista ferrenho. Fez a “barba e cabelo” a quase todos. Hoje seria um fashion hair dresser fazendo corar de inveja o barbeiro do Abel Xavier.

O “Fernando Franco” – Concorrente do Toino Lopes. Mas também tinha uma junta de bois. Hoje estaria mais na linha do corte do Ronaldo.

O “Remedeiro” – Outrora campo de treino em camuflagem das tropas de elite “Os cabeças no ar”. Usava-se o “visgo” (será que isto se escreve assim?) e outras técnicas sofisticadas para abater UFO’s (para mim eram todos, ainda hoje não sei nada de pássaros). Hoje é uma espécie de Segunda Circular. A seita tem um radar.

A “Barroca da Moira” – Especial do Lisboa/Dakar. As dunas, são como camas, sabe-se hoje. O Catorze e o Triumph Spitfire eram batíveis …. Batiam várias vezes ao dia. Davam sete de avanço, por fora, mais a prima.

A “ V5”. Espécie de Kawasaki Ninja. Só que era vermelha e ninguém a apanhava. O Zé Rosa tinha uma.

A “Famel Zundap” Espécie de Honda. Havia várias. A do Américo fazia as curvas de Alcobaça a “cagar folhelho”.

A “Verdadeira Honda”. Só o Evaristo é que tinha. O Evaristo tinha mãos para a moto e para os varões, sem punho, dos matraquilhos.

O “Cagar folhelho”. Mais rápido que a sombra na terminologia do Lucky Luck. Indetectável pelos radares na fraseologia do Presidente da Câmara de Lisboa.

Os “Três vinte”. Superiores à barba de milho. Iniciaram muito miúdos, na figueira do Sapata, mas não resistiram ao cow-boy americano.

O “Calhambeque”. O Rei Tony e a sua viola faziam as delícias dos putos. E não há um que aprendeu com ele, e que hoje toca numa Gibson?

O “Clemente”. Tinha uma station azul, mas não me lembro da marca. Também fazia de ambulância. Uma vez levou-me ao otorrino, a Caldas. Estava-me a correr sangue do nariz. Mas o Clemente tinha uma mercearia. Estava certo quanto à station. Hoje o pessoal tem stations, mas não têm mercearias nem me levam ao otorrino.

Os “Embarcadiços”. Eram muitos e bons. Devo-lhes o verbo, os SG Gigantes, o whisky e alguns cruzeiros. Por acaso a darem para o bom. Compravam carros, tipo bombas. Davam boleia. Os mais afoitos emprestavam os Datsuns. Mas quase todos tinham Fiats comprados ao Pio da Autoeste.

A “Autoeste”. O Adérito Amora, convenceu o pessoal que o emblema simbolizava um cisne a alimentar uma cria. Mas a coisa parecia mais uns cornos. Então os mal dizentes, sem ofensa, conheciam-na pela empresa dos cornos, que dava um barril de pinga para a festa. Mesmo assim era lá que todos queriam trabalhar. A primeira foi a Beatrizinha. Exactamente. Era aqui que se compravam os 124’s e 128’s.

A “Camioneta das oito”. Levava-nos a todos para as Caldas. O Tó da Vina era muito meu amigo. Na telefonia tocava o “Spening Wheel”. O David Clayton and Thomas a cantar “what goes up must coming down” e os metais dos “Blood Sweat and Tears” a vibrarem-nos na Alma. Era lindo, muito lindo. Iniciei-me no Jazz e no ateísmo.

A “Soponata”. O El Dorado dos embarcadiços. Transportavam o petróleo do Sr. Gulbenkian e atravessavam o Canal Suez. Também contavam outras estórias.

O “Centro Paroquial de Alfeizerão”. Era do padre. Mas havia miúdas giras, Não é Jim?
Também havia ping-pong e outras minudências.

O “Pão-de-ló”. Há dois. A Casa e o distinto advogado, vocalista dos “Alfanges” e vezeiro a lesionar-se no microfone. A Casa tinha um par de negros e uma jukebox. Metíamos 10 tostões o ouvia-se os Credence Clewater Revival. Grande Proud Mary!!!

A “Ponte de Alfeizerão”. Atravessava-se a pé a caminho da missa. Discutia-se como o Fugitivo ir apanhar o Maneta. Demonstravam-se cenas da noite anterior, caiamos, rasgávamos as calças, os joelhos e a auto-estima. Grandes Fitas ao chegar a casa!

Os “Calapeiros”. Os índios do Casal do Pardo. Grandes chefes eram os “Contra Fole”. Mas havia outros. O Mário do BMW, fadista castiço, que nos abria as portas da noite de Óbidos. O Zé Manel bom de bola. Que o diga o Brasileiro.

Os “Coelhos roubados”. Uns tinham um sabor especial. Nenhuns igualavam os do Zé Salvaca.

As “Patuscadas na Vivenda Tonecas”. Cada um dava o que tinha. Limões também serviam.

As “Noites na casa do Zé Fã”. Barry White, Eric Clapton. Wonderful Tonight.

O “Santo Amaro”. Aproveitavam-se os pinhões. As cavacas serviam para ensopar.

A “Espiga”. Apanhava-se na Assunção e de preferência no Vale Paraíso. Cada bicicleta levava dois. Um no selim, outro no sport. Quando este se partia, travar não se podia por ser a descer. Passávamos em frente à casa da D.ª Anita a Catequista. As pessoas que nós conhecíamos…para além do Padre de Alfeizerão.

O “Portugal e o Futuro”. É pois no povo que reside a verdadeira força da nação. … Quem escreveu foi o Spínola. Mas quem citava esta passagem, sempre a propósito, era o Tó.

O “Vinte e cinco de Abril”. Foi bonita a festa pá. Mas a malta por cá liga pouco a política. Os gajos do MFA, com a barba por fazer e o cabelo à Beatles, fizeram umas sessões de sensibilização na Capela, mas a chave desaparecia muito. A coisa só teve o seu advento quando as ladainhas das Tercenas substituíram as das gaivotas que voavam, voavam…

A “Lerpa”. Não confundir com o lorpa, que é outra coisa. Este é o verdadeiro desporto de salão. Dá mais adrenalina que a copa. Coisa de homem. O King já é mais amaricado. Na canasta até fica mal falar. No crapô até o nome é a bichanado. Lerpa é sexy. Até os que perdem ficam… tesos.

Os “caças que se imobilizam em pleno voo para disparar”. Hollywood fez o Blad Runner inspirado nisto. Mas só com helicópteros. O pentágono ainda hoje estuda o assunto. Um jovem, de passagem por Vale de Maceira, impressionado, ouviu e registou na sua mente. Trinta e cinco anos depois, ainda agitado por esta teoria inovadora, engendrou um plano tecnológico, conhecido por o choque. Com este nome parece que nunca acreditou muito na coisa….

O “Menaias” . Um Puro de tiro profundo. Português Suave. No dia em que o rei fez anos, o Zé Cid cantou os vinte anos e uma cabana junto à praia. O Zé Afonso armou uma confusão e nunca se decidiu entre o Zeca ou o José?

O “Petinga”. Grande Broker de vinhos. Os bisnetos dedicam-se mais ao petisco, igualmente com bons resultados.

O “ É do Caraças”. Caso enigmático e único na gramática portuguesa. Adjectivo simultaneamente qualificativo, quantitativo e possessivo. Não se sabe bem quem possui, mas que é importante é. E a coisa é em grande. Anda muito associado a confusão e mistério. É do caraças, pá! Não sei explicar.

O “Influências”. Como era a história dos brincos? Pagou-me a minha primeira “Larangina C”. Deu-me tanto gojo convencê-lo…que me tornei no Crava que sou.

O “Endrominanço”. Burlar, Enganar, ludibriar, intrujar, trapacear…mas com pinta e sem maldade e só quando o outro se põe a jeito. Em qualquer outra parte do mundo é crime, aqui é carinho, estima, consideração, até mesmo uma distinção ser endrominado.
O endrominador é um sedutor, um encantador … de serpentes mansas. Endrominados somos todos.

O “Castro”. Enriquecer não custa. É só vender o que não é nosso. Fácil, não? É só seguir á risca. Obrigado pelo conselho e pelos muitos vinte e cinco tostões. Atenção, isto é muito sério, filosofia profunda. Quem confundir com o endrominanço, não se safa.

O “Fernandes da Comercial” – O Jaimão para os amigos. Ainda me lembro na minha invaginação …. Só uma não dói. Toma e vai-te curar.

A “Praia de São Martinho”. Á boleia ou de camioneta. O Inverno, passava sempre aqui, o Verão.

O “VIM – Vaidade, Inveja, Mesquinhez”. Ópio do povo. Motor da história. Os clássicos também passaram por cá e deixaram a fórmula. Há venda só nas boas drogarias.

O “Maleta”. Pavilhão multiusos. Armazenavam-se batatas e faziam-se os bailes da festa.

A “Festa”. Coisa de pobres. Vive de esmolas. Extinguiu-se com a erradicação da pobreza. Agora vamos À dos outros. Eles trabalham …nós divertimo-nos.

O “Tanganho”. Tipo o Eusébio dos cavalos. Associam-no à Severa. Esta é do tipo Amália mas em 78 rpm. Há de tudo como na farmácia.

O “Pinhal do Goto”. Fronteira Sul. A mais utilizada pelos dissidentes a soldo dos imperialistas. Buscam, geralmente, asilo político nas cervejarias das Caldas e de Lisboa.

“Cuba”. Vale de Maceira geminada nas Caraíbas. Ambas sem perspectivas de desenvolvimento. Também gostamos de salsa. Cultivamo-la no quintal. Vai bem com pataniscas.

O “Caga no Ninho”. Perigoso dissidente refugiado em Alcobaça. Passou a fronteira numa Sachs Minor voadora. Conserva metodicamente os registos, das terras e das casas pátrias.

O “É a f*** my friend”. Os Valemaceireiros da diáspora. Exemplo da integração bem sucedida. Custou mas entrou.

A “selada”. Carta que se envia com uma folha de alface, para pagar o selo da resposta. Para quem não sabe, “folha de alface” era uma nota de 20 Paus. Com frango e batatas fritas também é bom!

O “Barba Torta”. Muito melhor que o Badanight. O “Estrelinha” ofereceu-me croquetes e pastéis de bacalhau na inauguração. O “Joca” nunca me deu nada…

A “Rua da Padaria”. Do Largo ao Pontão. O conceito Shopping Mall nasceu aqui. Sobretudo a parte do “mole”, já que a do shopping nem a padaria produziu massa crítica para fermentar tal coisa.

O “Casal dos Cucos”. Tipo Quinta da Marinha. O “Lili” viveu aqui.

A “Estrada da Moira”. Esta estrada não vai para sítio nenhum. Faz falta onde está.

A “Estrada do Aguiar”. Tipo IC 19. Congestiona com dois utentes. No cimo é melhor que Sintra. Uma das vistas mais deslumbrantes de São Martinho.

A “Estrada da Laburgeira”. Andando. Não tem ambiente nenhum.

O “Palhagal”. Os patos gostavam de o visitar. Pareciam bandos de pardais à solta. Os putos.

O “Gajo tem palheta”. Artista misantropo que dá música nas Assembleias-gerais do Grupo. Bebe muito…da Imaginação (mas também de outras marcas).

O “Jornal do Grupo”. Projecto pioneiro dos Media em Portugal. Inspirou a Media Capital, o Grupo Prisa e o Sr. Dr. Balsemão, SIC. Publicou, de um aprendiz de anarquista, perigoso agitador de Leite com Chocolate Ucal, de longs-drinks e de outros refrescos de palhinha, artigos subversivamente assim-assim.

O “Fado”. Coisa triste, enfadonha e dorida, do tipo exame à próstata. Eis senão quando, o poeta trocou o sexo às vogais e a coisa melhorou e muito. Do Brasil à Ucrânia, grandes talentos tem-se revelado nas casas da especialidade.

O “Tim trelim trabalhar faz calos”. Corrente filosófica fundada por Sócrates, o Filósofo, ao deter-se, para meditação, em Vale de Maceira, numa viagem da Grécia para as Berlengas – Atlântida na Antiguidade. Bom, a história nunca foi o meu forte. Tim Trelim…

O “Tim trelim trabalhar para as Caldas”. Não fazer nem um caralho. É o trabalho com maior procura. Os chineses que os façam se quiserem!

O “Deixem-me rir”. O Gim Palma até parece de Vale de Maceira.

O “Meter o carrão”. Só se mete quando se está à rasca. É o caso. Poderia meter a “dobla” dos duques. Casa de duques é casa rica. Faltavam-me seis Orgulhos, meti o carrão e só faltam cinco. Jogam o dominó? Ou passam?

A “Estação do Comboio”. Não havia…nem há. Mas vai haver a do TGV. Já não tenho o carrão, meto-me no comboio. Todos juntos agora…. Apita o comboio….

O “Vamos-se embora”. “Percebestes”? Dialecto autóctone do tipo Mirandês. É nosso. Como era Angola. Os Pipis dizem “Vamo-nos embora. Percebeste?”. Os mais afectados até poderão dizer “ Vamo-nos embora. Percebeu?” Não.

O “O que será que será?” Os que se anteciparam, partindo. Sentimos a vossa falta. Divertimo-nos muito.

“Desculpem qualquer coisinha” amigos. A gente ri-se muito. A sério.

“Então e não se bebe mais nada”. A coisa está boa. Mas pode ficar ainda melhor. Á Nossa Saúde!!!



O contributo do Jim

“O Trés Bien “ todos conhecem as suas..., mas quando era emigrante em França houve quem desse por ele dentro duma vala em frente ao Campo Pequeno, com um Espanhol que era toureiro… (claro que os dois falavam francês )

“ E no CÚ não vai nada ? “ Frase que acompanha qualquer Valemaceirence e que pode ser utilizada de duas maneiras; como simples desbloqueador de conversa para com intelectuais; ou no lugar do vulgar <<>> mais utilizado com os Chicos Espertos.


“ É PÁ Cuidado que estou a Mijar... “ frase muito utilizada em frente ao Café da Pelola.
Deve dizer-se a cerca de 10 cm do amigo e quando já se iniciou a micção á 10 segundos.

“ O Zé Carmona “ considerado o Bispo que mais cabeças partiu á pedrada, antes de se converter ao amor...

“ O ZÉ VIVALDO” Típico Valemaceirense, único futebolista que utiliza as flexões quando apanha com uma bolada nas trombas...

“ A electricidade em pó “ grande descoberta revolucionária que solucionou a crise energética., tendo provocado a banalização dos hidrocarbonetos, que passaram a ser utilizados apenas na indústria automóvel.
Com esta descoberta as energias renováveis passaram a não fazer sentido, o preço do crude baixou tanto que a Arábia Saudita passou a oferecer um camião de areia do deserto a quem comprasse 10 galões do néctar antigamente precioso.


Problema mais difícil de resolver de toda a Historia, mas que chegou a ser resolvido por vários Valemaceirenses:
“ Se um pão de milho custa 25 tostões quantas pevides tem uma abóbora”

“Casal da Sobreira” para muitos a maior avenida de VM, chegando a ser equacionado a colocação de semáforos no cruzamento em frente á padaria.

“O Cárlinhos de Moscavide“ - Devido aos efeitos secundários provocados pela Larangina C no Cárlinhos quando chegava de férias a VM, o grupo coca-cola passou a investigar os poderes da larangina C. Misteriosamente a coca-cola não descansou enquanto não acabou com esta laranjada com borbulhas e dizem os entendidos que terá passado a utilizar a formula secreta da moribunda larangina C.
Tudo isto devido ao Cárlinhos de Moscavide


“Concurso de Peidos” Na esplanada da Pelola conta a História que se realizavam famosos concursos de peidos. O objectivo era os concorrentes tentarem peidar-se o maior numero de vezes, normalmente ganhava aquele que conseguia realizar o maior numero de cordas de peidos. O Campeão indiscutível desta difícil modalidade dava por nome de um tal Rogério primo do Fernandito.


O contributo do Zé-Tó

Eu concordo plenamente com o Toino... e apenas lembro algumas outras razões, que talvez tenham marcado uma outra geração, mas que não deixam de fazer parte desse nosso orgulho "Vale Maceirense":

- O Américo da Pia: caraças, esse gajo até foi ao Ultramar!!!
- O treco-lareco: será que em mais algum sítio, esta arte de "partir a cabeça" ao "Pica Chouriças" e companhia, foi tão bem utilizada???
- O Datsun do Fernando Mota: aquela máquina de cor branca marcou uma época nas noites da região.

Haveria muitas mais...

... Mas gostava também de vos lembrar, que todos somos um bocadinho culpados de tudo isso que acabou na nossa terra, se não vejamos:

- Nem a Festa da terra já existe!!!
- Pelo que sei, até a escola primária, onde quase todos fizemos os 1ºs estudos, vai fechar neste próximo ano lectivo!!!
- E tabernas??? Onde se pode beber um bom copo de vinho...e dar uns peidos sem que ninguém nos olhe de lado???
- Também pelo que me informam (será possivel???), até vai também fechar a única mercearia existente na terra!!!

Um abraço a todos... e que venha de lá essa jantarada para discussão do tema.

Zétó Matos


O contributo da Nita do Castro

Fiquei bastante surpreendida pelas lembranças que todos vocês guardam do lugar onde fomos criados, talvez pela abertura de espírito, tolerância e liberdade que Vale de Maceira nos proporcionou e que considero como as três 1ª causas de orgulho.

Contudo reparem que todos os temas da actualidade para nós são banais “demodé”:

- O aborto, perfeitamente aceite, todas as mulheres e os respectivos embarcadiços conheciam a D. Efigénia e mais tarde a D. Isilda, a segunda colocou alguns de vocês neste mundo mas mandou dezenas para o outro.

- A homossexualidade, aceite por todos, o Valentim era sempre utilizado para os foguetes, lugar de destaque no cortejo (Houve um ano de grande agonia e revolta em que foi substituído pelo Zé Vivaldo, por zanga que o pessoal não entendeu) sem que ninguém questionasse a sua ligação ao Bombarralense nem anteriormente ao Meia Manga . Foi por causa do Zé Vivaldo ter mandado os foguetes nesse ano fatídico que eu concluí que esse serviço não era de gay ( nós utilizávamos a palavra paneleiro, sem sentido discriminatório, naturalmente)

- O sexo com animais, perfeitamente aceite, toda a gente comentava à boca grande a forte ligação do “Jaquim da Mouca” com a burra. Uma ligação forte e duradoura que não incomodava ninguém, nem mesmo a burra.
Do Zé Mouco também se suspeitava o mesmo.

- Comportamentos Aditos – Todos nós tínhamos alguém alcoólico na família, ninguém criticava, tentava ajudar, claro sem sucesso nenhum. Homem que fosse homem devia beber. Passei muitas tardes no Clemente, homem piedoso como o próprio nome induzia, a assistir a bebedeiras de cair do falecido Fausto.
Ou quem não se lembra do Rambóia a gritar para voltarmos para trás que o Chico Feijão ainda estava fechado quando o nosso propósito era apanhar a camionete para a escola ou alguns a boleia do Sr. Rodrigues e não beber o mata-bicho.
Desta tolerância nasceu-me uma alcunha que ainda alguns usam Amélia.

- Prostituição – Quem não era amigo/a da prima Arminda, sempre praticou a mais velha profissão do mundo, todos achavam que ela não tinha culpa. Tinha sido desgosto de amor do Zé Besouro, portanto natural.
Eu sempre que em casa, miúda, questionava o assunto a minha mãe respondia “ é uma pessoa muito asseada”, na época conclui que em Vale de Maceira podia-se ser puta desde que se tomasse banho regularmente, o meu pai é que me explicou que não era assim tão linear.
Só houve um pequeno sururu quando um dos amantes, comerciante de Peniche, se enforcou em casa dela. Havia descoberto que ela mantinha ao mesmo tempo uma ligação com o filho. Comentário dos VM´s “ que pouca sorte não bastou o Zé besouro ainda este se enforca aqui em casa com tanto lugar para o fazer”.

- Alias agora que tanto se fala do recurso ao suicídio por parte de empresários japoneses e asiáticos em Vale de Maceira sempre foi utilizado como forma de lavar a honra.

- Sexo à nascença – Em VM nasciam “crianços” coisa indefinida, que servia para distinguir do nascimento de pintos ou coelhos, o que era realmente importante era o nascimento o sexo era irrelevante. Os Indianos e os chineses continuam preocupados com este facto para nós nem se colocava o problema. A propósito de pintos ainda se lembram do Sr. Alberto Galinheiro! Tinha uma carrinha azul cheia de galinhas e coelhos.

- Relações Cruzadas – Agora que os sociólogos se lembraram de estudar e converter em estatística, a origem dos filhos de cada mulher( acho horrível) em Vale de Maceira as ligações cruzadas eram mais que muitas, sem traumas nem pensões de alimentos.
A Esperança que é irmã do César e do Pata-Larga - A Leonor que é irmã da Maria do Manel – O Tózinho que era irmão da Maria Amélia da Ti Ester e tantos outros.

- Casamento dos padres – O padre Borges sempre manteve um caso com a menina Ema do pão-de-ló.
Parte da admiração pelo padre passava por esse facto que lhe conferia um ar de homem (na minha perspectiva antes do Zé Vivaldo deixava-o fora do grupo dos foguetes).

- O complexo de Édipo mal resolvido que hoje tanto se fala. Era por nós conhecido só considerado sem solução (ainda hoje acho os psicólogos uma treta).
Casos – O Zé Manel da prima Amelica , também conhecido por” fache-laite” não fazia nada sem a mãezinha, o Chico Sapateiro era um verbo de encher.
- O Américo da Pia que a mãe acompanhava à escola até aos 18 anos, altura que foi para a tropa, e que dormia mesmo depois de vir da tropa com a avó, o pai outro verbo-de-encher. Lembram-se quando o Tó do Rufia se lembrou de lhe recomendar que devia pôr after-shave nas partes íntimas porque era assim que se fazia na cidade!
Nós sem psicólogos sabíamos a causa, mãe prepotente, filho único e o pai um verbo-de-encher.

- Integração de minorias – Não só aceitávamos os oriundos do Casal da Ponte e do Casal do Aguiar, famílias inteiras como o caso dos Coelhos e dos Milhanas (Só o Carmona tinha aquele hábito tipo “Intifada” de os mimar com algumas pedradas – Será que o espírito da “Fatá” o perseguia?) como tentávamos promover a sua integração nas brincadeiras (os coelhos não sabiam de todo brincar).
Como no verão recebíamos maravilhosamente os forasteiros, o “calçãozinho branco” o Joãozinho de Alcântara, os filhos do Sr Amadeu, permitíamos mesmo a partilha da barraca em São Martinho numa 1ª fase e numa 2ª o nosso espaço reservado na praia.

- Caso apito dourado – A falta de rigor na constituição de equipas de futebol, especialmente nos jogos oficiais de solteiros/casados. O Drama assumido de manter em campo o Zé Guinada e o Zé Vivaldo que conseguiam descortinar foras de jogo e bola fora em campos sem qualquer marcação, pior que juntar a claque do FCP com a do SLB. O Arbitro normalmente parente de todos (comprado) apitava mas tinha que pedir desculpa e envolvia-se em acesas discussões com os dois Zés. Foi assim que julgo que alguns de nós aprendemos a não ligar nenhuma a assuntos de futebol (a não ser para chatear) e achar que este jogo é mesmo assim corrupto de faz de conta.

- A educação como um investimento no futuro – O melhor exemplo que me lembro para ilustrar esta preocupação foi quando a falecida Celestina contratou o Toino para dar explicações de matemática ao Menaias e que acabaram quando o Menaias conclui que 2/3 não eram dois terços mas sim duque/terno.

A par dos casos que me fui lembrando, passíveis de ser contados, que sustentam a minha teoria de liberdade e de liberdade de espírito e uma certa visão de futuro. Também me lembrei de muitos mais que irei contando se conseguir ter um pouco mais de tempo.

Ana Maria – Nita do Castro ou Amélia


O contributo do Jaime

Não poderia deixar de contribuir para esta fantástica onda de revivalismo da nossa magnífica origem.
Anos e anos a responder à mesma pergunta, ora fosse do Rambóia, ora do Zé Repito, ora ainda do Zé Bimbo. - Gostas mais daqui ou de Lisboa?...
Já o Carloto punha a coisa noutros termos. - Ó renhococó… que dizem elas?
O Rambóia, que mais tarde me chamava “Rapazeto Pi_eno”, pois se bem se lembram ele não quizia os Q’s.
Com isto e com toda a iniciação no banco do avozinho Chico pouco mais restava que ficar com o coração mole cada vez que se fala de Vale de Maceira!
A propósito do banco, belas tardes a ouvir estórias do Zé das Colheres e do seu irmão Armandinho:
“Avelino Pereira e Irmãos, tanoarias, abegoarias e moinhos, trabalhos à jorna e à empreitada, com a máxima rapidez e perfeição.” Era a frase de apresentação comercial que gerava sempre o grande dilema: -Ó mano, se pões a rapidez tens que tirar a perfeição…
E claro, “… ponha um branquinho para a minha cunhada que ela também gosta…”
Depois havia o Cristo! O homem que nunca tinha bebido água e morreu afogado numa poça dela, num dia de chuva, depois de cair, a caminho do “Guiar”.
E o Ninico com as suas brutais sandálias para andar com o pé à vontade, pois não havia sapatos que lhe servissem.
E outros que já nem me lembro.
Mas lembro-me que aos domingos, para o Chico ir à sua higiene matinal, como a “Plóina” ía pá missa, lá ía o Jaiminho ou o Carlitos aviar traçadinhos logo às 8:30 da manhã, depois de uma noite de miséria e, algumas vezes ainda bêbado… Imaginem o que era abrir a garrafa da aguardente… A vida era muito dura!!!
O Tóino deixa aqui muitos tópicos a que eu gostava de deixar uns acrescentos:
• Quando se fala do Campo da Burra, não podemos esquecer o marco que era jogador do adversário… Havia que saber desviar dele. E quem foi o gajo que uma vez lhe deu um pontapé me ia partindo um dedo?
• O Carreira, a bela taberna onde o Frutol era fre… fre… fre… fresquinho!
• Falando da forma-da-vala temos forçosamente que falar dos Gambozinos. Belo animal que tanto alimentou a nossa… imaginação! O êxtase foi com o menino Diogo que levou o saco desde casa do Seta até à Sarrada, logo a seguir ao almoço e por lá andou a bater canas e a “cantar” Ganbozinos ao Saco durante uma tarde inteira, até que os outros meninos começaram a “afinar” e lá fomos buscar o gajo…
• A festa do Valado trás tantas memórias, como a do Palé que cada copo de vinho que bebia vomitava, mas insistia. À cabrão, tens que entrar!!! E a do Américo da Pia que caiu da Bomba Negra mais o Assis a descer a ladeira e só chorava com pena do seu safari que tava todo rasgado…
• Do Zé Gordo as memórias são mais gostosas mas também dolorosas. O gosto da comida ainda perdura e que falta que ele cá faz. Para me chamar “Esponja” (nunca percebi porquê… hehehe). Para que, quando lhe pedi um café fresco (acabado de fazer, à brasileira), pôs a chávena no frigorífico e me obrigou a esperar que arrefecesse… Para nos levar a S. Martinho de 4L e passar entre o pilar do cais e a água… Para darmos bons passeios de Ford Taunos… Para, em suma, nos tratar bem! Para ser um grande Valemaceirense sem o ser! Grande Zé!!!
• Quando o Tóino fala do Padre de Alfeizerão lembrei-me logo do Zé Ferro, muito sério em frente ao Clemente a ver passar a procissão e a dizer muito alto… o Padre é paneleiro! Vai de saias!
• Zé Ferro, outra grande personagem que a jogar ao liques e posto em causa sobre os milhos que tinha à frente se apressou a dizer: - Calma que eu nunca roubei nada a ninguém… Mas é claro que isto vinha da dificuldade de muitos que, habituados a marcar com feijões, quando mudavam para os milhos se viam em dificuldades…
• O Liques. Ora aí está um tema pouco explorado. Fonte de duras discussões entre os locais. Tema de conversa durante semanas se devias ter metido a mula, feito pé, deixar bater ou não pegar. Boa memória do torneio que organizei mais o João Carlos Piruças e onde o Manel das Batatas se pegou com o Carloto e andaram cadeiras no ar. Hoje em dia já tá tudo bem de novo! A força das cartas é muito grande.
• Um ícone de VM é o Treco-Lareco, sendo famosos os que aconteciam ao Valentim e ao Avelino Facadinhas. Tão famosos que ainda hoje é vulgar o “Desmonta Avelino que eles vêm aí outra vez”. Nunca devendo esquecer quando o treco-lareco se vira contra os treco-larequeiros, como aconteceu no Seta, onde o Assis(?) levou com um balde de mijo de porco na tromba.
• Por falar no Assis, num célebre passeio pedestre pelo Casal do Aguiar e Fonte do Nazários, copo aqui, copo ali, já vínhamos bem bebidos para baixo e mijar impunha-se! É então aí que ele o faz contra um silvado e como o “vento era muito”, não aguentou o varejo e caiu para a frente em cima das silvas… Até na gaita tava todo picado…
• Fernando Franco, mais conhecido por Bogalho com descendência no seu Zé Bogalhito, também Mark Spitz, o mais rápido a nadar em, S. Martinho com os pés na areia. Deste surge a famosa “Vai… vai… vai… já mãezinha!”
• Fala-se também no famoso caga-folhelho… e quando este não chegava, metia-se a prize!
• Outra fonte de recordações era o Pão-de-Ló, com as caminhadas de ida e volta no mês de Setembro, quando o Mendes ia a banhos. Noites ainda quentes passadas na entrada. Mas surgem-me duas personagens logo que falo disto. O Hilário Juiz e o Passa-a-Bola. Era de partir a rir vê-los aos dois a jogar xadrez, noites inteiras com o pessoal todos num banzé louco à volta. Já eram maluquinhos na altura e continuaram vida fora.
• E por caminhadas, à Viamar! Ícone de qualquer V. Maceirense da nossa geração. Começo de grandes romances e longos amores (o meu dura há 25 anos, alguém acredita???) Lá trabalhava o Pata-Larga, o Rocha, o Coelho… Era bué fixe!!!
• E para as horas vagas, o Copo 3 dos empresários Zé-Té e Jaime. Um bom complemento no passar dos dias estivais. Só era preciso ter cuidado com as batatas do Tózinho que estavam ali mesmo ao lado cheias de pó por causa da lagarta. E não se podia beber muito elixir que nós fazíamos com as maçãs, açúcar e álcool puro… Ganda doideira.
• Depois havia os dias de petisco. Uns roubavam os coelhos e o Zé Gordo fazia. O problema é que o Batatu é que os queria matar… era sangue por todo o lado… Parecia que tinha ali passado um pelotão de fuzilamento. Fazia muito menos sujidade quando comia as caracoletas vivas, tiradas da casca a dente…
• Outro belo personagem era (e é) o Sandokan! Com as suas teorias políticas pró-socialista discutidas por entre um maço de SG Gigante e uma garrafinha de Mosca. E tinha uma prima que tinha discos de três grandes artistas portugueses. O José Afonso, o Zé Afonso e o Zeca Afonso. E ai de quem dissesse que o gajo era sempre o mesmo.
• O Castro, o homem que mais me ensinou da vida, com algumas coisas que ainda hoje são actuais e que o Tóino muito bem recorda e que tinha aquela máxima de pagar cafés aos jovens estudantes. Investir no futuro para que depois de estarem bem na vida lhe pudessem então retribuir. Pena é que não tenha tido muito tempo para usufruir desse investimento. Era um homem que ainda hoje poderia estar actualizado. Só tinha um ligeiro “senão”. Quem não fosse do CDS era comunista!!!
• São Martinho e as boleias. Belos tempos em que não havia notícias de Maddies e de Carlos Cruz e de Casa Pias e de outras coisas do género. Não havia chineses nem ucranianos. Mas havia os francius e os camónes, sempre prontos a fazer uma corridinha na estrada a ver quem trazia mais cavalos lá da estranja. As árvores pareciam ripados…
• Era giro também quando o pessoal se juntava todo no meio da baía no barco do avô do Tóino. Íamos de barquinho a remos, à vez. O Zé-Bá lá fazia aquelas abordagens à comandante, que batia sempre de bico no outro, mas a malta divertia-se à brava. E depois atira-se o Tóino à água (que não sabia nadar) e ele vinha até à praia agarrado ao barco sempre aflitinho com a cabecinha de fora.
• A malta era afiançada era para o belo mergulho de cú aberto. Invenção do Pezinhos-de-Foca que era especialista na matéria.
• Como era também na culinária. Então o que é que tens aí para por nos ovos mexidos? Pimenta, serve! Molho inglês, serve! Molho de tomate, serve! Café, serve! Claro que depois só ele é que comia. Que remédio…
• E há também o pára-quedista que entrava no hospital em coma alcoólico (hetilite aguda) ao dia 30 de Dezembro. Lixava sempre os médicos que só esperavam pela malta no dia 31… Que raio de dia para a Rosa fazer anos!...
• E os estúdios em casa do Sr. Silvino da Matilde com fenomenais sessões de gravação para mandar para o Brasileiro… Era quase de profissionais. Os belos gravadores de bobines. O magnifico gravador portátil do Feijão com uma fitinha Dimo a dizer Carlos Feijão. Sim aquele do botãozinho vermelho do REC. Muita indiscrição que se gravava com ele.
• Na mesma casa as belas tarde de Fórmula 1. Só faltavam as bandeiras e as cornetas. Estas não eram precisas porque o Jim fazia a parte com o seu tiriri tiriri tiriri. Os nomes dos corredores da altura é assunto para o Tóino e o Feijão desenvolverem porque eu não me “astrevo”.

Será que não haveria mais assunto? Uiiiiii há muito mais!!! Temos mesmo que montar um encontro gastro-lúdico para discutir tudo isto.
Tá por aí a rebentar…
O contributo do César
Frase celebres de Valemaceirenses que ficaram para a história:

“Acho que este ano a procissão deveria ser em oito” Toino Russo, 1987 numa reunião da festa quando toda a gente sabia que a procissão, todos os anos era em oito.

“Palmas pra mim” Zé Vivaldo, 1985 quando entusiasticamente pegou na bandeira para fazer a festa no ano seguinte.

“ Até o granito para os coelhos eles me comeram senhor guarda” Valentim, 1986 quando estava a fazer queixa a um GNR por mais uma época carnavalesca.

“ Ainda vou ver o Vítor Baia a jogar a avançado de centro” Mendes, 1987-1998 todos os anos repetia esta frase.

“Inconscientemente todos temos essa consciência”, Nuno Lourenço 1989

“Não quero saber disso para nada” Menaias, 1989 quando às 5 da manhã vindo do GreenHill ainda meio surdo respondeu a um GNR que andava a investigar o caso do Carnaval desse ano.

“Passarinho “riutiutiu” foi parar ao meu quintal, pôs o pé na batateira fez tremer o batatal” Zé Vitorino, quem nunca ouvia este verso...

“Sim sim irmãozinho” frase dita e redita por um transeunte que certa noite passou em Vale de Maceira de carro de mãos como se nos conhecesse há vários anos.

“Desmonta Avelino que eles andam aí outra vez” frase dita a meio de um treco-lareco por uma das vítimas.

“Fui levar uma carrada de cabrões a S.Martinho” Zé Ferro, 1985 frase proferida após, simpaticamente, nos ter ido levar à praia de propósito.

“Abre Latas” e “Vira Latas” foram frases que ficaram celebres no Campo da Burra quando tínhamos a presença do Fernando Latas em campo.

“Oh Senhor Engenheiro acho que eles já lá foram...” Xico Reco, 1987 frase proferida pelo autor ao telefone ao Sr. Jardim após os elementos da festa desse ano terem cortado todos os cedros sem pedir autorização ao proprietário para enfeitar a festa.

“O padre é paneleiro, vai de saias” Zé Ferro, 1984 durante uma procissão.

“Meia branca sa(c)ana!” Ramboia sempre que eu passava em frente à casa dele para apanhar a “camineta*” das oito.
Qualquer valemaceirense que se preze diz camineta e nunca camioneta e muito menos autocarro. “Camineta da carreira” também cheguei a ouvir à Maria da Galinhas.



“Ó Zé endireita-me o volante” Moi-même 1982 quando choquei de frente contra o Zé Comédias na curva da Ti Maria Rita no Casal dos Cucos. Eu de bicicleta, ele de mota com a cabeça de lado nem me viu...

“Sabes o que é um porquinho da Índia?” O Sandokan repetia esta pergunta vezes sem conta...nunca percebi porquê e ele também não...

“Não te preocupes que é do mais asseadinho que lá tenho” Sandokan, 1990 quando tentava sossegar a namorada de um amigo nosso cliente do “Caraíbas” em Alcobaça.

“Alguém quer beber alguma coisa?” Frase todos os dias repetida pelo Menaias no café até ao dia em que o Xico Reco respondeu: “Só se for um whiskyzinho...”

“Ainda este ano chove” Mário Xabregas

“És Keimante ou Calapeiro?” Manuel Lourenço fazia esta pergunta vezes sem conta ao Cácá (neto do Clemente e claro do referido Keimante”. Achei giro escrever Keimante com K...já Kalapeiro não fica tão bem.

“Queres beber alguma coisa Nuno?” Pergunta feita por Costinha (um homem que trabalhava na Rubetão) ao Nuno Lourenço depois de este lhe ter emprestado 1000 escudos para ele comprar medicamentos.

TO BE CONTINUED...

TODAS AS FOTOS DO JANTAR DE 10/11/2007